
O Ministério da Saúde anunciou uma mudança histórica no Cartão Nacional de Saúde (CNS), conhecido como “Cartão SUS”. A partir de agora, o CPF será o identificador único de cada cidadão dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a pasta, a medida vai tornar o sistema mais eficiente, seguro e integrado, além de facilitar o acesso da população aos serviços de saúde.
Como vai funcionar na prática
- O novo cartão exibirá nome e CPF como número principal.
- O antigo número do Cartão SUS continuará existindo, mas será considerado um identificador secundário.
- Quem não possui CPF (como estrangeiros, indígenas e pessoas em situação de rua) não ficará sem atendimento: nesses casos, será criado um cadastro temporário, válido por até um ano.
Além disso, em situações de emergência, o atendimento poderá ser registrado no sistema (CadSUS Web), garantindo que ninguém deixe de ser atendido.
Cronograma e metas
O processo de atualização dos cadastros já começou. Até abril de 2026, o governo pretende atualizar 111 milhões de registros.
- Desde julho de 2025, mais de 54 milhões de cadastros sem CPF já foram suspensos.
- Atualmente, há cerca de 286,8 milhões de cadastros ativos no SUS, sendo 246 milhões já vinculados a um CPF.
- Os 40,8 milhões de registros restantes estão em análise para adequação.
O novo cartão também será disponibilizado no aplicativo Meu SUS Digital, facilitando o acesso às informações pelo celular.
Benefícios da mudança
O uso do CPF como identificador único deve trazer ganhos importantes:
- Maior integração entre os sistemas de saúde e outros bancos de dados do governo.
- Redução de fraudes e duplicidades nos registros.
- Agilidade no atendimento: bastará informar o CPF em qualquer unidade de saúde.
- Histórico unificado: todos os dados de saúde do paciente ficarão disponíveis em qualquer ponto do SUS.
- Apoio à gestão pública, com informações mais confiáveis para o planejamento de políticas de saúde.
Desafios pela frente
Apesar dos avanços, o processo exige atenção:
- Estados e municípios precisarão adequar seus sistemas para a nova exigência.
- Será necessário garantir que populações vulneráveis não sejam excluídas.
- A segurança e privacidade dos dados devem ser prioridade, já que a integração amplia os pontos de acesso às informações.
A substituição do Cartão SUS pelo CPF como identificador único representa um passo importante para a modernização do Sistema Único de Saúde. A expectativa do governo é que a mudança reduza a burocracia, torne os serviços mais ágeis e melhore o planejamento de políticas públicas.
No entanto, a transição deve ser acompanhada de perto para assegurar que todos os brasileiros tenham acesso garantido ao SUS, independentemente de possuírem CPF.
